Antes de começarmos aviso que mudei em essência e ser-no-mundo.
Todo escritor quer palmas e garotas aplaudindo.
Não quero mais isso.
Nunca mais.
Ninguém me obriga a essa opção, é minha.
Comente apenas quem se sentir tocado, pensado, refletido.
A trangressão minha evoluiu.
Sou muito mais trangressor que antes.
Só sabe quem ama de verdade.
Como saber ?
O calor no peito que depois vira um orgão palpável, acho que apaece no RX.
Isso é punk, isso é beat, isso é anarquia, isso é o palavrão na orelha tosca.
Pois é raro. Quem aqui tem isso, põe o dedo aqui na palma da sorte, sem quiromancia idiota.
Comentários DESNECESSÁRIOS serão apagados.
Bem entendido ?
Então agora minha mente está vazia, terra, roça, horta, folhas pra deitar
e verei o que brota, em liberdade, mas sem exposição e com respeito.
(Na era da super-exposição ultra-realista e da falta de respeito nas escadas feitas de crânios até o sucesso [?], no topo e no @tópico, isso que proponho é que incomoda e nobremente marginaliza. Não que eu me importe mais com isso. Apenas é. )
º
Quem encara, acompanha agora.
Vou correr, juntar coisas, não sei. Apenas sei que a amo e materei as linhas mestras descritas bem acima.
º
Optarei por usar apenas as inicias dos nomes das pessoas próximas à mim. Já citações textuais, musicais, sabe-se lá mais o que receberam, obviamente, o devido crédito. Vários motivos para isso. Uma homenagem à Roland Barthes principalmente em "Fragmentos de Um Discurso Amoroso", mas principalmente para deixar claro que já não sinto mais nenhum prazer de cabaret mafioso em expor as pessoas que amo, amigos, alunos, pacientes em análise e claro, ela.
- Mas sabemos o nome dela, você não esconde em nenhum lugar seu amor, fidelidade,entrega para a pessoa que se chama...
- Silêncio. E delicadeza. Aqui é outro espaço, outra escolha, e então teremos no topo dessa pirâmide afetiva e pulsátil alguém que se chama L.
Eu te amo, L. ( Ao contrário agora de Roland Barthes, não tenho problema algum em dizer que amo alguém, seja L. homem, mulher, velha, jovem...)
º
Abrir o crânio vermelho e não mais cinza feio me faz associar L. com diversas coisas. Exatamente como dizem, enxerga-se a pessoa amada em tudo. Farei agora uma rápida experiência: de olhos fechados pegarei um livro de minha biblioteca, abrirei em qualquer página e encontrarei algo de L. Já retorno com o trecho inevitável. ( E minha biblioteca não é exatamente o que se poderia chamar de "romântica". A.F. já recomendou que para minha melancolia, deveria jogar dois terços dos meus livros fora...)
º
Pois bem. Uma coletânea de poemas de Bejamin Péret. Aqui, está. ( Sorriso).
Péret: Uns ares de vinho
Um pouco ácido
Um pouco doce
Ácido e Doce
Como um novo vulcão
Cuja lava reproduziria indefinidamente teu rosto. (Grifo meu).
L. tem a força de um vulcão de doçuras e acidez, mas ( te amo) o importante é a lava, bela forma dourada mutante, nenhuma tinta merece mais pintar seu rosto, L, o rosto dela, do que a lava incandescente. ( Na enorme praça noturna achamos as mesmas coisas nas nuvens. Inclusive um curioso dragão feliz).
Conversa com N.L. : Me perguntou se na Academia seria possível escrever um trabalho científico em linguagem poética. Sim, agora me parece claro, Ácido e Doce, metodologia e verso. Possível sim, mas apenas em um estado de cérebro avermelhado e erotizado. E então você terá que esperar que o discurso universitário tenha algo de rubro. Então publica. Minha pesquisa sobre os paradigmas diagnósticos me pareceu caótico. Quase o rasgo pela liberdade secundária à minha incompetência como pesquisador. Meu orientador leu, após ouvir minha preocupações e lamúrias de auto-piedade.
M.E.C.P: - Meu caro, já viu como os franceses escrevem ciência ? Perto deles você é um poço de objetividade.
( Escolha a pessoa certa, como M.E.. No amor, torça pela pessoa mais que certa. O que me cabe foi uma solidão fantasiada durante 37 anos...)
Eu já não torcia. Vivia um relacionamento que trazia o inverno, trabalhava em um ambiente nefasto, a saúde com algumas pendências misteriosas. E foi aí que L. Apareceu.
Inicialmente sua prática e seu discurso me seduziram.
Por que?
Pois ela partia de referências que não eram as minhas, mas nas reuniões eu não achava um erro em sua argumentação. Em minha bestialidade da época, só alguém que tivesse as mesmas referências que as minhas poderia aprender algo comigo...
L. não me poupou em nenhum momento, furando muitas vezes meu argumento "médico".
Ácido é Doce.
º
Não cabe aqui uma "história de amor". Elas são cansativas ao extremo.
Meu cérebro vermelho sai do crânio, os lobos, em duas asas, ou um carnaval.
º
Meu analista de 8 anos, J.F., em seus livros usa e abusa da cultura pop para falar de coisas abissais. Nenhum problema nisso. Quem é o casal acima ?
Eu e L. ?
Sim, mas sou Eu, L. e a Perversão dos Bondosos.
Voltemos à foto.
A moça é Kate Moss. Todo mundo já ouviu falar e ama.
Modelo. Modelo de Beleza.
A perversão do mundo do espetáculo.
Não ela, mas sua utilidade.
Porém ela vive e esbarrou no amor.
Forte, louco ( Paulo: reler Breton ).
Mas por quem ?
Por esse elemento estranho e suspeito ( Eu e L. já fomos parados pela polícia. Eu usava uma bengala e ela um lindo chapéu branco florido que só poderia ficar perfeito nela)
Pete Doherty.
Preso várias vezes.
Porte de "dorgas" ( é como eu e L. chamamos as drogas quando assistimos o noticiário, abraçados até as pernas)
Escreveu uma música chamada "Fuck Forever".
Mandava a rainha para um passeio no interior do próprio eguino reto.
Uma vez saiu da prisão e um repórter fez uma pergunta idiota e agressiva.
Deu um "peteleco" no repórter e voltou para a prisão.
Mas na EmeTevê
tudo isso era visto com bons olhos.
No mundo.
A capa do disco de sua banda, "The Libertines"
mostrava ele e sua paixão masculina exibindo os braços como se tivessem acabado de
tomar alguma "dorga" injetável.
Mas tudo bem, o som era bom, bom mesmo ( Eu e B.C. dançavámos anos atrás e ambos desejávamos sexualmente Pete Doherty), mas o que o protegia é que ele estava com a instituição perversa do mundo galante, fashion, belo, magro.
Não culpa de Kate, repito.
Aliás acho que eles se amavam MESMO. ( o que me trouxe possivelmete a associação nas asas vermelhas que brotam da minha cabeça: sensação corporal.)
Mas o PODER estava de olho em Pete.
(Poder no amplo e infindo sentido de Foucault).
O PODER queria pegar PETE e jogá-lo no limpo dos loucos, dos leprosos, enfim.
É necessário entender que o PODER agiu da mesma forma comigo e com L.
Esperou um lapso.
Ou seja.
Newspaper : PETE OBRIGA KATE A CHEIRAR COCAÍNA.
Como assim ?
Ele atolou o dito pó no nariz dela ?
OU seja, entendam,
EU E L. somos juntos o doce Pete.
O que ninguém sabia era seu amor por animais,
a doçura com que trata as pessoas,
seu violão velho cigano
mas que ele não abandona.
EMETEVÊ disse
que Pete era uma tragédia.
Em 2008/2009 Pete lança
seu cd solo,
lindo, acústico,
passa desapercebido,
sem críticas,
o vídeo ( sem problemas fora um beijo gay)
é proibido no Youtube (URL)
Torcem para Amy Winehouse se recuperar,
pois ela é uma cantora de jazz/blues facinho-comercial,
o que Pete nunca fez.
Comercial.
º
Eu+L= Pois, Pete.
Mas lutamos.
E lutar junto é amoroso.
º
Haverá algum sinal que mostre quando é amor e quando não ?
Ou níveis de amorosidade, tendo seu mínimo e seu máximo ?
( Eu e L. deitados de madrugada sobre cobertores, sob o céu e eu lhe mostrei um planeta e ela me mostrou o calor nunca sentido).
Calor no peito e saudades
Saudade física: dói em L.
{ Todo mundo chama outro alguém de "meu amor", é a nova forma de se referir, depois do que nossos pais usavam "benzinho", "meu bem", etc...
Não é novidade a banalização do amor.
Aqui aposto a banalização do vernáculo, sua aplicação em realidades outras, não siginicadas intimimante pelo que se designaria classicamente de amor}
Vontade de fazer coisas que nunca fez.
Ter uma bermuda sport.
Renovar as camisetas.
Explodir em águas.
º
Há de se dormir com as peles encostadas.
Só assim vem o suspiro,
a tranquilidade,
o sono
e acorda-se em voz de sonho ao sol: - Bom dia.
º
(E.T. me fala sobre pele e pele e a similitude com pele e pétala, aos olhos fechados).
º
A luz pela cortina se torna triste sem L.
Com ela,
perfeita para a iluminação
subjetivamente
fisicamente
exata.
º
Ela me pede um cigarro.
Coloco dois na boca.
Acendo ambos.
Um meu,
outro dela.
Encaixo o filtro entre
seus lábios
receptivos.
º
Ela me pede um "vem cá"
(...)
º
As asas vermelhas já estão rachando o teto,
batem, explodem o telhado,
a criança chora,
eu dou meu sorriso
( que ela diz gostar e beija)
Alço voo.
Não mais aqui.
Estou nela.
Ela em mim.
Agora, aos outros olhos,
cai o pano.
º
8 comentários:
Oi Paulo! Há quanto tempo não lia seus textos. Acho que desde que parei de escrever no Fuck Pollyana, lembra? :) Retomei a leitura e estou curtindo.
Ah. E agora escrevo sobre comida e viagens. Depois dá uma passada lá no comereandar.blogspot.com.
Saudações mineiras.
Curioso. Tenho a sensação que seu texto escrito assim, emocionado, parece menos emocionado que os textos escritos com emoções tristes. Acredito em cada palavrinha que leio. Nas fotos. Tem uma coisa diferente quando leio seus textos. É como se tivesse sido criada uma realidade onde ser ficção ou não não é o caso. Você é amado pelo que É, ali, em seus textos. E parece que você está naquela parte onde o texto é rastro. Senti emoção, vontade de rir com lágrima.
encaro. simbora!
saudades das suas linhas apaixonadas, bem melhores.
a calmaria é boa demais. saber amar é melhor ainda.
beijos nos dois.
nana.
Achei bonito, mas antes era mais visceral. Diferente de tudo, mas, não melhor do que antes já foi.
abraços
que legal, achei muito interessante o texto
Amei ler meu amigo amado feliz.
E gozado que eu escreveria coisas parecidas sobre o meu amado amado se assim tão bem quanto meu amigo amado amigo soube descrever. á á á´a a á á ´
beijo seu amor, querido Paulo.
de novo. eu errei.
Amei ler meu amigo amado feliz.
E gozado que eu escreveria coisas parecidas sobre o meu amado amado se EU SOUBESSE ESCREVER assim tão bem quanto meu amigo amado amigo soube descrever. á á á´a a á á ´
beijo seu amor, querido Paulo
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