º
E certas coisas eu decido sem ter razão, como ir até o Blue Love a pé, bons quilômetros pela frente, noite adentro, óculos esculos ( aquele de lentes vermelhas, me dá coragem, o dito), passo, passo, a bota no chão era uma coisa batalhenta, herói mesmo, ciente de que apenas ia a pé atrás de putas, tequila prata batizada, uma banda som ao vivo de aposentados, a não ser que tivesse mudado tudo lá. Um clínica de acumpultura, um templo budista danoninho, mas as putas são fortes e são as únicas mulheres que me assustam, fora minha mãe com porpeta e acho que a síncope deliciosa, amor de foda, quando descobri a temperatura guiness da sua xota. Isso aí é uma fonte não poluente de energia, ainda te enfio um fios.
O Blue escurão lá dentro. Algo como quando eu me sentia guilty por tudo, perder o cabaço na moita de uma escola de freiras, você sabe. Até crisma fui. Sanctus, sério, tenho anjo mas ele não gosta que eu não tenha planos, ele sabe que não consegue me proteger do tamanho tonelada das merdas que acabam acontecendo. Minha vida sem galho deveria ser água tônica antes de assistir uma fita da Globo Filmes, peitinho de Camila Pitanga, me emocionar de verdade com o parkinson do Paulo José e não temer possíveis e esquecidas cobranças judiciais. Que elas existem, existem, paixão. Tua voz acordando é um tesão, mas já explico, por enquanto apenas ouça, volume, o gemido do pornozão que rola ainda na tv. Eu, eu não sou culpado. Não. Hoje é fim de semana e o Blue vai estar aberto em cinco minutos, e a bota templária, o punk amásio do Caio Fernando Abreu, fui entrando. Porta aberta, uma cortina de plástico cheia de histórias marcadas no opaco tristonho ( Não cante Edith Piaf !), dois garçons lá dentro. Eu sei ser educado e voz mansa. Resultado: sem colocar na conta, as tequilas à meia luz, batizadas, mas porra, ainda tem gente legal nesse mundo, quando estamos em desordem, lembra daquilo que inventamos com nossas coxas ? ( Não fale de música atonal !). E aí, amigo, as minas chegam que horas ? Duas horas de espera, isso aí, se quiser uma “garota de programa”. Nem numas de paixão, amor Werther, esperei tanto, mas eu ia esperar a puta, a primeira, e seria ela, pois assim eu decidi na hora e óculos vermelhos. E claro que ela não era bonita, e claro que nenhuma seria, nunca mais dando sopa pra vida, eu queria uma professora muda, entende ? Entrou, bocejou e sentou na última banqueta, me olhou e cuspiu por dentro, tipos dentro dos olhos baixos na quase luz.
Coragem é uma questão de planejamento. Nunca entendi mapas de tempo e espaço, claro que bate uma culpazinha, mas estava ali por essa entre outras coisas. Fui até ela. Morena, blazer negro, coxas muito grossas, peitos muito pequenos.
Quero pó. É chegada ?
Conheço um motorista.
Pego pra mim e pra você.
Foda-se, te passo o número e você se vira - sacando o celular da bolsa couro mercado alternativo.
Mas quero cheirar, que você cheire e ter um programa com você. 150 ?
200.
Você é cruel. Bom isso. 200.
Vou ligar, espera aí. Ah, 200 por 2 horas.
3 horas.
Ah tá vai.
E meu amor, lá estávamos no carro do taxista de cabelos pintados curtos de branco e as correntes muitas correntes e um bom humor calmante combinando com a fm pop. Nos deixou aqui, o melhor quarto do motel e esse pedaço tem cerveja uma mesa o pó o vidro e ela, ela, me mostra seu cartão de seguro saúde, algo como sem dizer mas sendo
Meu nome é mesmo Cris. Confiei em você. Prepara outra pra mim, fina.
E sabe quando, tesão meu, a gente precisa de barulho? Eu liguei o canal sacanation express ( pau morto ) e ela o radinho de bancada ( rápida dançadinha trágica). Tiramos apenas os sapatos.
E ela se chama mesmo Cris ou tinha roubado uma carteira Unimed de alguma esquina em bolsa afoita e isso me deu quase que a obrigação de mentir tudo sobre mim. Falante. E eu amei Cris. Ela sabia ouvir. Ouvia agora me olhando. Olhando mesmo. Quem era eu ? Era novamente sem planejamento. Então foi saido assim: Uma espécie de religioso que andava pelas grandes metrópoles tentando fazer com que as pessoas pudessem voltar a acreditar no divino em si mesmas, disse que tinha alguns poderes místicos e para não parecer completamente ridículo ( a mim mesmo ) peguei em seu pulso em três pontos, fechei os olhos e mandei a cartada:
Você está bem de saúde. Mas está com infecção urinária grave ( Ridículo !!!).
Tá ardendo mesmo. E estou mijando muito.
Puta com infecção de urina. Blefe de grande chance.
Isso mesmo.
Você viu isso no meu pulso ?
Coisas que meu mestre me ensinou. Oito anos morei na chácara dele em Minas. O pai foi mestre de meu pai.
Porra.
E pá pó.
Falante como você sabe, mas modulando a chatice com um segundo eu liliputiano em meu ombro, Calma Lá, Chapa.
Não, ela não se apaixounou por mim.
Apenas contou toda história de Cris.
E dei conselhos.
Quem sabe para uma Cris que se chamasse Tereza, Anna O.
Cris, agora vamos nos deitar, juntos.
Posso te falar uma coisa ? Não gosto que toquem em mim quando estou cheirada. Pra você sei que posso.
E vou pagar assim mesmo ?
Sim. 200.
Entendo completamente.
Mas até amanhecer. E mais o táxi.
Trocamos e-mails, telefones, cantei Vapor Barato enquanto estávamos deitados na cama. Ela pegou de outono leve leve a minha mão. E foi isso.
Tentei bater umas punhetas olhando o filme. Ela não se incomodou. Via meu fracasso no espelho do teto e isso era a vida, a vida em geral, e como as coisas funcionavam.
Ei.
Diga, Cris.
Vou embora. Chamar o cara. Só não cheire mais depois que eu for. É estranho você sozinho aqui. Kurt Cobain e essas coisas.
Fico legal.
Foi legal.
Claro que foi.
Te ligo.
Claro. Claro.
º
O sol ficou forte. Fui vendo isso acontecer pelo janelão do jardim de inverno.
Deitei peladaço, amor, no divã ar livre, frio perfeito, e cantei aquele tal de Não Sei Fede Teen Spirit, só o que eu lembrava, em um inglês inventado, na cadência berrei :
- Esse lugar é lindo !!! I'm not guilty !!! - Tv gemendo, música eletrônica matutina.
Uma árvore dançava ali em cima, folha por folha, cada uma, atenção.
- Esse lugar não é culpado !
E daí pensei em você.
Em outro estado, quase outro país, eu numa jaula de autismo feliz e você de bondes aereos.
...
Você é doido.
Vamos gozar juntos ?
Vou tentar, amor.
Você é lindo.
Com sua bondade de coração, me dê o sujo do sujo na orelha.
Pode deixar comigo. Enfia a mão inteira na minha buceta. J'adore.
º
Coragem é uma questão de planejamento. Nunca entendi mapas de tempo e espaço, claro que bate uma culpazinha, mas estava ali por essa entre outras coisas. Fui até ela. Morena, blazer negro, coxas muito grossas, peitos muito pequenos.
Quero pó. É chegada ?
Conheço um motorista.
Pego pra mim e pra você.
Foda-se, te passo o número e você se vira - sacando o celular da bolsa couro mercado alternativo.
Mas quero cheirar, que você cheire e ter um programa com você. 150 ?
200.
Você é cruel. Bom isso. 200.
Vou ligar, espera aí. Ah, 200 por 2 horas.
3 horas.
Ah tá vai.
E meu amor, lá estávamos no carro do taxista de cabelos pintados curtos de branco e as correntes muitas correntes e um bom humor calmante combinando com a fm pop. Nos deixou aqui, o melhor quarto do motel e esse pedaço tem cerveja uma mesa o pó o vidro e ela, ela, me mostra seu cartão de seguro saúde, algo como sem dizer mas sendo
Meu nome é mesmo Cris. Confiei em você. Prepara outra pra mim, fina.
E sabe quando, tesão meu, a gente precisa de barulho? Eu liguei o canal sacanation express ( pau morto ) e ela o radinho de bancada ( rápida dançadinha trágica). Tiramos apenas os sapatos.
E ela se chama mesmo Cris ou tinha roubado uma carteira Unimed de alguma esquina em bolsa afoita e isso me deu quase que a obrigação de mentir tudo sobre mim. Falante. E eu amei Cris. Ela sabia ouvir. Ouvia agora me olhando. Olhando mesmo. Quem era eu ? Era novamente sem planejamento. Então foi saido assim: Uma espécie de religioso que andava pelas grandes metrópoles tentando fazer com que as pessoas pudessem voltar a acreditar no divino em si mesmas, disse que tinha alguns poderes místicos e para não parecer completamente ridículo ( a mim mesmo ) peguei em seu pulso em três pontos, fechei os olhos e mandei a cartada:
Você está bem de saúde. Mas está com infecção urinária grave ( Ridículo !!!).
Tá ardendo mesmo. E estou mijando muito.
Puta com infecção de urina. Blefe de grande chance.
Isso mesmo.
Você viu isso no meu pulso ?
Coisas que meu mestre me ensinou. Oito anos morei na chácara dele em Minas. O pai foi mestre de meu pai.
Porra.
E pá pó.
Falante como você sabe, mas modulando a chatice com um segundo eu liliputiano em meu ombro, Calma Lá, Chapa.
Não, ela não se apaixounou por mim.
Apenas contou toda história de Cris.
E dei conselhos.
Quem sabe para uma Cris que se chamasse Tereza, Anna O.
Cris, agora vamos nos deitar, juntos.
Posso te falar uma coisa ? Não gosto que toquem em mim quando estou cheirada. Pra você sei que posso.
E vou pagar assim mesmo ?
Sim. 200.
Entendo completamente.
Mas até amanhecer. E mais o táxi.
Trocamos e-mails, telefones, cantei Vapor Barato enquanto estávamos deitados na cama. Ela pegou de outono leve leve a minha mão. E foi isso.
Tentei bater umas punhetas olhando o filme. Ela não se incomodou. Via meu fracasso no espelho do teto e isso era a vida, a vida em geral, e como as coisas funcionavam.
Ei.
Diga, Cris.
Vou embora. Chamar o cara. Só não cheire mais depois que eu for. É estranho você sozinho aqui. Kurt Cobain e essas coisas.
Fico legal.
Foi legal.
Claro que foi.
Te ligo.
Claro. Claro.
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O sol ficou forte. Fui vendo isso acontecer pelo janelão do jardim de inverno.
Deitei peladaço, amor, no divã ar livre, frio perfeito, e cantei aquele tal de Não Sei Fede Teen Spirit, só o que eu lembrava, em um inglês inventado, na cadência berrei :
- Esse lugar é lindo !!! I'm not guilty !!! - Tv gemendo, música eletrônica matutina.
Uma árvore dançava ali em cima, folha por folha, cada uma, atenção.
- Esse lugar não é culpado !
E daí pensei em você.
Em outro estado, quase outro país, eu numa jaula de autismo feliz e você de bondes aereos.
...
Você é doido.
Vamos gozar juntos ?
Vou tentar, amor.
Você é lindo.
Com sua bondade de coração, me dê o sujo do sujo na orelha.
Pode deixar comigo. Enfia a mão inteira na minha buceta. J'adore.
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