quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Armaduras Salinas.
Recomendações de Leitura- ou prévias : Antes de ler o texto abaixo, se reportem ( os que ainda não o fizeram) ao meu texto "Sem Onda...", aqui mesmo no Vazamentos de Vapores. Em seguida leiam Grazzi Yatña em http://grazziencontro.blogspot.com/.
É toma cá dá lá. Um projeto de histórias retorcidas em si entre eu e Grazzi.
Para maiores emoções, sugiro mesmo que sigam as "recomendações- ou prévias".
Boa diversão !
Paulo Castro.
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Nada te é pior que concordar contigo, porém, realmente sempre escapa algo, como os pés da classe média....como eu gostaria de bebê-los assistindo a goleada do Real Madri. Dar de beber pés ao manco, até mais, se eu pudesse comeria-me a classe média com maçã e rabinho retorcido dos apertados bangalôs de barro, aulas de argila, por exemplo, mesmo Sílvio Santos e as leis da física. Não de atoagem, nem de atonal, mas penso nisso já que do inverso oposto de ti é você ( carinho desnervado) ainda assim estou aqui, ainda que não me caiba, o zero atritoso.
- É você ( carinho próximo e eficientemente cotidiano) uma bobagem.
Estar e não ser, ou o que de mim é tátil, tu.
Provas não faltam: como adivinhou que desejo para o dia da árvore uma máquina de lavar? Lavar pés em chás, escaldando tradições: repelido álbum de retratos em carrosel ( vovó pedindo socorro no arredondado do vidro espumoso). Tu. Você ( carinho até vai ).
Honestamente como o riso sem motivo, acho mesmo que nos divertimos com essa armadura que matou minha mãe de parto ( pozinho, vovó, vá com crueldade para as caspas de Sílvio Santos e suas goleadas de madre superiora em comédia de atores negros), é a tua versão sua ( carinhos vamos batê lata) que me segredo inutilmente: até mesmo da língua assemelha sangue.
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Homens e mulheres só existem por serem o axioma impossível.
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Hoje aguardei o "timing" de sua saída ( carinho alface e sabão em pó) e chamei uma buceta. Das que não são dadas aos tremiliques. Ela tinha pés e foi de espantar a quantidade de histórias que me contou diante da negativa à sua nudez ágil. Eu ia lavando-a em carqueja enquanto soube por exemplo, algo como negociar prestações da faculdade, filho que mora em Minas, linda cicatriz de uma tal cesárea. Riu quando tremi se poderia fotografar. Apenas disse que era feio, mas riu bonita. Longe de ti. Longe de você ( carinho "ninguém faz igual"). E pensar que nosso último guru nos abandonou por não termos "faculdade alguma, sem condiçoes de aprendizado das velas coloridas". Só por causa da risada e dos anjos, nem ao menos negociou ? A buceta também ficou indignada em nosso favor, raridade são essas moças, tanto que riu à raia da urina, quando ia contando e lambendo a planta (e a couve ? alface e couve, por Deus !) do pé esquerdo. Estava com a gente e abria. Cabendo mesmo o zero, "lute, homem, não é um à esquerda como ela te faz crer!".
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Logo você chega e eu a mandei embora. Saudades. Também fumava cigarros normais !
De você ( carinho alface) espero a couve prometida no retumbar das latarias. De ti, que não neve mais nos meus óculos de leitura & veraneio, em coxas largadas na cadeira de praia.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Sobre o texto abaixo e muito mais.....
Beijos. E se divirtam aqui e lá.
Agora: "Sem Onda...." e a resposta já na Grazzi Yatnã, postada.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Sem Onda...
Você me pergunta, depois de passar tinta na sua nudez, azul deixando rastros do que combinamos, porque eu passo - e tomo - tantos cafés toda manhã, nas enormes xícaras que compramos em Berlim ou quem sabe logo ali mesmo, mas você prefere me fazer acreditar em Berlim e eu me submeto à hipnose que você aprendeu em Paris, com Charcot, ou talvez logo ali mesmo, onde compramos talheres e pratos, os sorrisos da multidão ao redor me confundem. Eu não conheço ninguém e todos parecem me conhecer, e mais, como se eu fosse uma pessoa muito educada, um bom-vizinho, alguém de certa normalidade. O tipo de pessoa que dorme no mesmo quarto que a namorada, que até mesmo tem uma namorada, e costuma vê-la nua, beija-a na boca com carinho, a penetra com vontade e goza(?- esses malditos livros !) lá dentro já que ela acreditaria em pílulas e não faria, por exemplo, brincos delas.
Não que você tenha feito brincos de anticoncepcionais - a concepção para você te faz vomitar, a simples idéia, o inocente início de conversa sobre isso - não, você nunca fez brincos com os 21 comprimidos, mas estamos em um ponto em que eu sei exatamente o que faria. Ímpar.
Não era disso que a gente tentou fugir? Quartos separados, um em que tenho meus livros ( você nunca exerceria censura sobre o que leio, mas o tom do seu hum-hum muda de lombada para lombada), minhas fotografias ( nenhuma sua, por mais que tivesse arriscado propor, mais e mais nos últimos tempos e com a preocupação com nossa "comunidade individual"), outro em que você tem seu som, fone ( para não me incomodar com SUA LOUCURA), espaço para dançar e o varal com carne de sol à janela, para seus sushis.
Como eu poderia tomar menos café? Hoje tentei chutar o jornal embrulhado em saco contra a garoa, e a única coisa que aconteceu foi a imobilidade e as gotas entrando pelo meu chinelo plástico, aquele que me deu, um de cada cor e tamanho...eu poderia ter me abaixado, pego com a mão, trazido para dentro de casa, deixado as gotas maiores e violentas pingarem no jardim e então pegar o jornal e ao invés de colar as páginas camada sobre camada sobre camada sobre camada, a sala, ler o que estava escrito...e se um filme bom passar na matinê ? Não digo para irmos de noite, como fazem os Outros, os que não entendem a nossa proposta de comunidade individual, mas seria bem rebelde, eu imagino, eu desejo, sem hipnose hoje, não que esteja montando um levante, assistirmos um filme às duas da tarde, não ? Até mesmo eu proporia que enchessemos os pacotes que seriam das pipocas com folhas e pétalas. Não é mesmo ? Sem onda ? Prefiro nem esboçar a tentativa. Sinto-me o panaca da escola tomando tanto e tanto café, correndo para o meu quarto para fumar cigarros, assim, normais. Através da porta que nos separa, sei que você está azul, e ouço seu riso.
Amor, já não é preocupante o fato de eu estar fumando cigarros...normais ? Acho que você não está sendo esperta, ou bem o sei, sua esperteza está em fingir-se o tempo todo em não se importar com nada, que eu possa ir embora, destrancar a faculdade, fazer carreira, aprender a dirigir, descobrir onde estão morando meus pais, se tenho pais, não me recordo ( "olhe fixamente para meu clitoris....assim....assim...."), afinal, é a liberdade, mas quem foi que disse que quero essa porra dessa liberdade, café, mais café, os dedos dos pés ainda molhados e frios e para não te perder preciso ter ao menos uma idéia original por dia, que nem sei mais se é minha, sua, apenas sei que a originalidade nada tem mais de original, já provamos isso, eu provei isso, mas você insiste. Provei, mas não falei. Ao contrário, liguei meu notebook em meu quarto e você no seu. Acionei a webcam e com o pau escondido entre as coxas e pêlos, simulava para você uma masturbação feminina e você se depilava com uma guitarra no colo, mostrando-me apenas os pentelhos que ia esfregando nas cordas, gravando tudo isso no mp3.
Como com os cigarros, oposto, não sinto vontade alguma de me gozar. Acho que se eu batesse uma punheta pensando na atriz do filme matinê ( um plano ?) eu teria um pouco mais de coragem, mas é impossível a idéia de uma ereção. Não que não tenha tentado, com uma das vizinhas mais sorridentes a mim, mas era algo muito errado de se fazer, errado, errado, errado, a palavra era obcecada na cabeça, pois a gente aprendeu que gozar era acho que religioso demais, ou capitalista demais, ou comunista demais, o fato é que eu sei que lá fora as pessoas têm ereções e que depois disso vem uma coisa boa. Uma imagem ! Eu sou menino e corro contra o vento para que a pipa vá mais alto e uma voz masculina muito bondosa diz "isso, isso". Mas é assim, sobre o banquinho, sua bunda azul e aparentemente dura, faz mostrar os ossos, quando fica na ponta dos pés e cola as páginas do jornal de hoje na parede. E eu sou livre para passar mais e mais café e fumar cigarros normais escondido no quarto sem esconderijo em vão.
Contanto que depois eu escreva um poema com as palavras que me ocorrerem à (minha?) cabeça, ou faça barulho que for com o mais novo instrumento musical que você trouxer da rua, disse-me faltar-nos um oboé.
Então você diz, de uma ou outra forma: - Você continua sendo meu tesão louco e livre !
Sorri e vai dançar com seus fones de ouvido.
Mas sabe, como é desesperadoramente lindo esse teu sorriso !
Lindeza sem nome. No dia em que eu conseguir descrever o que sinto quando você sorri, já aviso calado, chega, chega mesmo. Eu... tentarei sair daqui.
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